Teresa
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Imagem: Google |
Teresa
João hoje escondeu a minha saia para eu não sair
O mal dele é achar que no chá que eu faço só tem boldo
Que o incensos que eu acendo é pra perfumar a casa
Que os pés de ervas que eu cultivo lá no quintal é só pra decoração
Aí, João já foram tantos que às vezes eu até me confundo
Pedro, Chico, Raimundo, Luiz…
Dou carrapatinho no lugar do tamaquaré
Cala boca no lugar de chora nos meus pés
Até parece que tu esquecestes que o perfume que eu uso não é comprado, é feito e pelas mãos da minha padilha
E que aqui na vila me chamam até de feiticeira
E eu só te digo uma coisa:
Não é porquê que não tem saia que eu não vou sair
Não é porquê que não tem luar que eu já vou me divertir
Dona de mim sou eu
Pra mim basta um brinco de argola, um batom vermelho e uma flor no cabelo
Pego até a cortina da sala amarro na cintura
E quero ver essa noite quem gira mais do que eu
E mais duas coisas João:
Até amanhã.
Bárbara Primavera
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